O cotidiano invisível na obra de Adam Magyar

Autores

  • Victa de Carvalho Pereira da Silva Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.30962/ec.1921

Palavras-chave:

Fotografia. Cotidiano. Tempo. Experiência

Resumo

No contexto mais recente das miscigenações entre a fotografia, o cinema e o vídeo, as propostas do artista húngaro Adam Magyar voltam-se para o que o artista chama de tempo perdido do cotidiano urbano, este muitas vezes ocultado pelas velocidades e fluxos da vida nas grandes cidades. A partir das séries Urban Flow (2006-2013) e Stainless (2011-2015), este artigo pretende observar as temporalidades emergentes apreendidas através de tecnologias híbridas de captura de imagens, com o objetivo de refletir sobre as múltiplas formas de experimentar o tempo através das imagens do cotidiano na atualidade. O tempo perdido moderno torna-se, no trabalho de Magyar, um tempo paradoxal no qual a imagem deixa de ser o rastro de um espaço percorrido para tornar-se ela mesma expressão do tempo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Victa de Carvalho Pereira da Silva, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com estágio de pesquisa na Université Paris1: Sorbonne, Paris, França. Professora Associada da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde é também professora e vice-coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Cultura da Escola de Comunicação da UFRJ. É integrante o grupo de pesquisa N-imagem e vice-coordenadora do grupo de pesquisa Fotografia, Imagem e Pensamento (CNPq).

Referências

AGAMBEN, Giorgio. Infância e história: destruição da experiência e origem da história. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2005.

BELLOUR, Raymond. Entre-imagens. São Paulo: Papirus, 1997.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica: arte e política. São Paulo: Brasiliense, 1994. (Obras Escolhidas, v. I.).

BERGSON, Henri. Matéria e memória. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

______. A natureza do tempo. In: ______. Duração e simultaneidade. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

BRAUM, Marte. Picturing Time: The Work of Etienne-Jules Marey (1830-1904). Chicago: Chicago Press, 1992.

BUCI-GLUCKSMANN, Christine. Esthétique de l’éphémère. Paris: Galilée, 2003.

CRARY, Jonathan. Técnicas do observador: visão e modernidade no século XIX. Rio de Janeiro: Contraponto, 2012.

DOANE, Mary Ann. The Emergence of the Cinematic Time: modernity, contingency, the archive. Massachusetts: Harvard University Press, 2002.

DOBAL, Susana. Tempo fotográfico e tempo cinematográfico: reciprocidade In: ______. FATORELLI, Antonio; CARVALHO,Victa; PIMENTEL, Leandro. (Org). Fotografia Contemporânea: desafios e tendências. Rio de Janeiro: Mauad, 2016. p.79-92.

FABRIS, Annateresa. O desafio do olhar: fotografia e artes visuais no período das vanguardas históricas. São Paulo: Martins Fontes, 2011.

FATORELLI, Antonio. Fotografia contemporânea: entre o cinema, o vídeo e as novas mídias. Rio de Janeiro: Senac, 2013.

FERNANDES JÚNIOR, Rubens. Processos de criação na fotografia: apontamentos para o entendimento de vetores e das variáveis da produção fotográfica. Revista FACOM, n. 16, p. 10-19, 2006.

GUNTHERT, André. La Conquête de l’instantané. L’archéologie de l’imaginaire photographique em France (1841-1895). PART 1. 1999. Thèse (Doctorat). Disponível em: <https://tel.archives-ouvertes.fr/halshs-00004607/file/these-Gunthert-part1.pdf>. Acesso em: 02 jul. 2018.

HAMMER, Joshua. Einstein’s Camera: How One Renegade Photographer is Hacking the Concept of Time. 2014. Disponível em: <https://medium.com/matter/einsteins-camera-88aa8a185898>. Acesso em: 02 jul. 2018.

HIGHMORE, Ben. Everyday Life and Cultural Theory. Nova York: Routledge, 2010.

SANZ, Claudia. Entre o tempo perdido e o instante: cronofotografia, ciência e temporalidade moderna. Boletim do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, v. 9, n. 2, p. 443-462, maio/ ago. 2014.

SCOTT, Clive. Street Photography: From Atget to Cartier-Bresson. Nova York: I. B. Tauris & Co, 2009.

SIMMEL. George. As grandes cidades e a vida do espírito. MANA: Estudos de Antropologia Social, v. 11, n. 2, p. 577-591, 2005.

SHERINGHAN, Michael. Everyday Life: Theories and Practices From Surrealism to the Present. Nova York: Oxford University Press, 2009.

Downloads

Publicado

28-06-2020

Como Citar

de Carvalho Pereira da Silva, V. (2020). O cotidiano invisível na obra de Adam Magyar. E-Compós, 23. https://doi.org/10.30962/ec.1921

Edição

Seção

Artigos Originais