Práticas comunicativas ameríndias

insurgência e decolonialidade na Amazônia brasileira

Autores

  • Tiago Quiroga Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil
  • Tatiana Castro Mota Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil https://orcid.org/0000-0002-0750-0193

DOI:

https://doi.org/10.30962/ecomps.2965

Palavras-chave:

Comunicação, Decolonialidade, Comunidades tradicionais, Amazônia

Resumo

Desde a colonialidade como condição histórica do poder, cujas atuais marcas parecem situar os conflitos políticos no terreno da cultura e das práticas midiáticas, o artigo problematiza o modo pelo qual povos ameríndios vêm construindo circuitos de mídia capazes de engendrar práticas políticas diversas e insurgentes. Por meio da análise do programa de rádio “A Hora do Xibé”, procura-se pensar em que medida os usos dos meios de comunicação, por parte dos povos do baixo Tapajós, na Amazônia brasileira, têm-se constituído alternativa seja na garantia de direitos, que já deveriam estar assegurados, seja na luta simbólica por seu reconhecimento como povos originários do Brasil.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Tiago Quiroga, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil

Doutor em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado Interdisziplinäre Zentrum für Historische Anthropologie, Freie Universität (FUB), Berlim, Alemanha. Professor associado da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (UnB) e membro permanente do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade de Brasília (PPGCOM-UnB).

Tatiana Castro Mota, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal, Brasil

Doutoranda em Comunicação e Sociedade no Programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade de Brasília (PPGCOM/UnB).

Referências

AGAMBEN, G. O que é o contemporâneo? E outros ensaios. Chapecó: Argos, 2009.

______. Sobre o que podemos não fazer. In: Nudez. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2014.

ALMEIDA, S. L. de. Prefácio. In: HAIDER, A. Armadilha da identidade: Raça e classe nos dias de hoje. São Paulo: Veneta, 2019.

ALMENDRA, V. Palabrandando: Entre el despojo y la dignidad. In: WALSH, C. Pedagogías decoloniales: Prácticas insurgentes de resistir, (re)existir y (re)vivir. TOMO II. Quito, Ecuador: Ediciones Abya-Yala, 2017.

BOURDIEU, P. Para uma sociologia da ciência. Lisboa: Edições 70, 2004.

CABALLERO, F. S.; MALDONADO, C. (Coords.). Comunicación, decolonialidad y buen vivir. Quito: Ediciones Ciespal, 2016.

CASARA, R. Departamento de Filosofia da Universidade Federal Fluminense (org.). Colóquio Internacional Virtual “A filosofia pensa o neoliberalismo”, 24 nov. 2020. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=tQTBIsN>K2os. Acesso em: 24 nov. 2020.

CASTRO-GÓMEZ, S. Historia de la gubernamentalidad. Razón de Estado, liberalismo y neoliberalismo em Michel Foucault. Bogotá: Siglo del Hombre Editores/Pontificia Universidad Javeriana-Instituto Pensar/Universidad Santo Tomás de Aquino, 2010.

CHADDERTON, C.; TORRANCE, H. Estudo de caso. In: SOMEKH, B.; LEWIN, C. (Orgs.). Teoria e métodos de pesquisa social. Petrópolis: Vozes, 2015.

COSTA, M. A. A polarização identitária e a pulverização programática no Brasil. Passagens: Revista Internacional de História Política e Cultura Jurídica, Rio de Janeiro, v. 12, n. 3, p. 404-429, set.-dez. 2020.

CUSICANQUI, S. Entrevista cedida a CARVAJAL, R. “Vivir bien la palabra hueca que no se cumple para nada”, 2015. Disponível em: <http://www.erbol.com.bo/noticia/politica/29092015/silvia_rivera_vivir_bien_palabra_hueca_que_no_se_cumple_para_nada>, publicado 29 set. 2015. Acesso em: 22 dez. 2022.

DARDOT, P.; LAVAL, C. A nova razão do mundo: ensaio sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.

______. Comum: ensaio sobre a revolução no século XXI. Tradução de Mariana Echalar. São Paulo: Editora Boitempo, 2017.

DOWNING, J. D. H. Mídia radical: rebeldia nas comunicações e movimentos sociais. Tradução de Silvana Vieira. São Paulo: Editora Senac, 2002 (Col. Tamara Villarreal Ford, Genève Gil, Laura Stein).

FONSECA, A. et al. Povos Indígenas no baixo Tapajós, Pará. In: COLARES, P. et al (org.). Políticas, concepções e práticas de ação afirmativa: reflexões a partir de uma universidade Amazônica. Brasília: Rosivan Diagramação & Artes Gráficas, 2021.

FOUCAULT, M. Nascimento da biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

______ . Em defesa da sociedade: curso no Collège de France (1975-1976). Tradução de Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

______ . O sujeito e o poder. In: DREYFUS, H; RABINOW. P.M. Foucault: Uma trajetória filosófica. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1995.

GUILHERME, A. C. M. M, Comunicadoras indígenas e a de(s)colonização das imagens. Tese (Doutorado) – Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Programa de Pós-graduação em Estudos da Mídia, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2022.

HAIDER, A. Armadilha da identidade. Raça e classe nos dias de hoje. São Paulo: Veneta, 2019.

HALL, S. Da diáspora: identidades e mediações culturais. Organização de Liv Sovik. Tradução de Adelaine La Guardia Resende. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2003.

HAN, B-C. A expulsão do outro: sociedade, percepção e comunicação hoje. Tradução de Lucas Machado. Petrópolis, Rj: Vozes, 2022.

________ . O que é o poder? Tradução de Gabriel Salvi Philipson. Petrópolis, Rj: Vozes, 2019.

KELLNER, D. A cultura da mídia: identidade e política entre o moderno e o pós-moderno. Tradução de Ivone Castilho Benedetti. Bauru: Edusc, 2001.

KRENAK, A. Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.

______. Caminhos para a cultura do bem viver. Organização de Bruno Maia. Rio de Janeiro: Escola Parque, 2020.

MARTÍN-BARBERO, J. Dos meios às mediações: comunicação, cultura e hegemonia. Tradução de Ronald Polito e Sérgio Alcides. 5.ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2008.

MBEMBE, A. Necropolítica: biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. São Paulo: n-1 edições, 2018.

MEIRELLES, S. R. da S. A retomada de línguas ancestrais: um projeto decolonial no Baixo Tapajós/Pará. In: SARDINHA, A. C. et al. (orgs.). Decolonialidade, comunicação e cultura. Macapá: Unifap, 2022.

MIGNOLO, W. Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Tradução de Marco Oliveira. Revista brasileira de ciências sociais, v. 32, n. 94, 2017.

MINISTÉRIO da Justiça e Segurança Pública/Fundação Nacional do Índio. Resolução, n. 4. Brasília, 22 jan. 2021. Publicada no Diário Oficial da União, edição 17, seção 1, p. 58, 26 jan. 2021.

MINISTÉRIO Público Federal. MPF/PA recorre contra decisão que declarou inexistentes duas etnias indígenas. 10 fev. 2015. Disponível em: <http://www.mpf.mp.br/pa/sala-de-imprensa/noticias-pa/mpf-pa-recorre-contra-decisao-que-declarou-inexistentes-duas-etnias-indigenas>. Acesso em: 3 fev. 2020.

PACHECO DE OLIVEIRA, João. A Viagem da volta: etnicidade, política e reelaboração cultural no Nordeste indígena. 2. ed. Rio de Janeiro: Contra Capa, 2004.

PRADO FILHO, K. A política das identidades como pastorado contemporâneo. In: Foucault e o cristianismo. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.

OROBITG, G. et al. La comunicación indígena en América Latina: usos, sentidos y cartografias de una experiencia plural. Revista de História. San Pedro, Costa Rica, n. 83, ene.-jun. 2021.

QUIJANO, A. Colonialidade do poder e classificação social. In: SANTOS, B. de S.; MENESES, M. P. (Orgs.). Epistemologias do sul. São Paulo: Cortez, 2010.

______. 2014. Buen vivir, entre el desarrollo y la descolonialidad del poder. Viento Sur, n. 122, p. 46-56, 2014.

SARMENTO, L. C. A.; VAZ FILHO, F. A. Relatos e reflexões sobre rádio, encantamento e insurgências indígenas na Amazônia. In: OLIVEIRA, A.; FIGUEREDO, G. G. de; JUSTAMAND, M. Amazônia Insubmissa. V. 3. São Paulo/Manaus: Alexa Cultural/Edua, 2022.

SODRÉ, M. Antropológica do espelho: uma teoria da comunicação linear e em rede. Petrópolis: Vozes, 2002

_________. Reinventando a educação: diversidade, descolonização e redes. Petrópolis: Vozes, 2012.

TORRICO, E. Decolonizar la comunicación. In: CABALLERO, F. S.; MALDONADO, C. (Coords.). Comunicación, decolonialidad y buen vivir. Quito: Ediciones Ciespal, 2016.

_________. La comunicación decolonial, perspectiva in/surgente. Revista Latinoamericana de Ciencias de la Comunicación, v. 15, n. 28, 2018

TÜRCKE, C. Sociedade excitada: filosofia da sensação. Campinas: Unicamp, 2010.

VAZ FILHO, F. A. A incômoda reorganização dos povos indígenas no baixo rio Tapajós. In: GARCÉS, C. L. L.; SILVA, C. T. da; MORALES, E N. (Orgs.). Desafiando Leviatãs: experiências indígenas com o desenvolvimento, o reconhecimento e os estados. Belém: MPEG, 2019.

______ . A Emergência étnica dos povos indígenas do baixo Rio Tapajós, Amazônia. Tese (Doutorado) – Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2010.

VIVEIROS DE CASTRO, E. A indianidade é um projeto de futuro, não uma memória do passado. Prisma Jurídico, v. 10, n. 2, p. 257-268, jul.-dez., 2011.

WALSH, C. Interculturalidad, colonialidad y educación. Revista Educación y Pedagogia. Medellín, v. 19, n. 48, 2007.

Downloads

Publicado

24-04-2024

Como Citar

Quiroga, T., & Castro Mota, T. (2024). Práticas comunicativas ameríndias: insurgência e decolonialidade na Amazônia brasileira. E-Compós. https://doi.org/10.30962/ecomps.2965

Edição

Seção

Ahead of Print