A publicidade como objeto de conhecimento no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.30962/ec.2717Palavras-chave:
Publicidade, Teorias, BrasilResumo
O texto aborda a publicidade como um objeto de conhecimento, a partir da identificação, análise e discussão de sua conflagração teórica no Brasil. Assumo o pressuposto de que a edificação de angulações teóricas sobre o fenômeno publicitário é imprescindível para o enfrentamento de sua complexidade. Inicialmente, situo o entendimento em torno das teorias da publicidade; então identifico os entraves ao amadurecimento da configuração desse objeto, para, em seguida, apresentar e discutir os avanços obtidos pela comunidade científica brasileira em tempos recentes, a partir de um conjunto de 16 acionamentos teóricos elaborados por pesquisadores brasileiros.
Downloads
Referências
ALVES, Maria Cristina Dias. Mediações e os dispositivos dos processos criativos da publicidade midiatizada: vestígios e perspectivas. 2016. Tese (Doutorado em Comunicação) – Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, São Paulo, 2016.
ARRUDA, Maria Arminda do Nascimento. A embalagem do sistema: a publicidade no capitalismo brasileiro. Bauru, SP: Edusc, 2004.
ATEM, Guilherme N.; OLIVEIRA, Thaiane Moreira De; AZEVEDO, Sandro Torres. (org.). Ciberpublicidade: Discurso, experiência e consumo na cultura transmidiática. Rio de Janeiro: E-papers, 2014.
BRAGA, José Luiz. A prática da teoria na pesquisa em comunicação. Galáxia, São Paulo, n. 41, p. 48-61, 2019.
BRAGA, Josué Luiz. Abrangência e Alcance – dimensões na relação teórico-metodológica. In: WOTTRICH, Laura; ROSÁRIO, Nísia Martins do. Experiências Metodológicas na Comunicação. São Paulo: Pimenta Cultural, 2022.
BRAUN, Joshua A.; COAKLEY, John D.; WEST, Emily. Activism, advertising, and far-right media: The case of sleeping giants. Media and Communication, v. 7, n. 4, p. 68-79, 2019.
CARRERA, Fernanda. Raça e privilégios anunciados: ensaio sobre as sete manifestações da branquitude na publicidade brasileira. Revista Eptic, v. 22, n. 1, p. 6-28, 2020.
CARRERA, Fernanda; OLIVEIRA, Thaiane. Performance e teatralidade na publicidade pervasiva: análise dos cases Skyfall e Fantastic Delites. Intexto, n. 30, p. 184-201, 2014.
CASAQUI, Vander. Por uma teoria da publicização: transformações no processo publicitário. Significação – Revista de cultura audiovisual, v.38, n. 36, p. 131-151, 2011.
CASTRO, M. L. A chamada promocional: lógicas e estratégias. Animus, Santa Maria, v. XIII, p. 69-82, 2009.
CORRÊA, Laura Guimarães (org.). Vozes negras em comunicação: mídia, racismos, resistências. São Paulo: Autêntica Editora, 2019.
COVALESKI, Rogério. Cinema e publicidade: intertextos e hibridismos. Rio de Janeiro: Confraria do vento, 2015.
COVALESKI, Rogério. Publicidade híbrida. Maxi Editora, 2010.
EGUIZÁBAL, Raúl. Teoría de la publicidad. Madrid: Cátedra, 2011.
FERNANDES, Pablo Moreno. Racismo e invisibilização: Representatividade negra em anúncios de revista. E-Compós, [S. l.], v. 25, 2022. DOI: 10.30962/ec.2384. Disponível em: https://e-compos.org.br/e-compos/article/view/2384. Acesso em: 15 jan. 2023.
GERSTMAN, Victoria C. Media planning in the promotional industries. 2019. Tese (Department of Culture, Film and Media) – University of Nottingham, Nottingham, 2019.
GOMES, Neusa Demartini. Publicidade: comunicação persuasiva. Porto Alegre: Sulina, v. 19, p. 42, 2003.
JACKS, Nilda. Prefácio. In: PIEDRAS, Elisa Reinhardt. Fluxo publicitário: anúncios, produtores e receptores. Porto Alegre: Sulina, 2009.
JACKS, Nilda; SCHMITZ, Daniela; WOTTRICH, Laura. Un nuevo mapa para investigar la mutación cultural: diálogo con la propuesta de Jesús Martín-Barbero. CIESPAL, Ediciones CIESPAL, 2019.
JANUÁRIO, Soraya Barreto. Feminismo de mercado: quando a publicidade e o mercado “compram” as pautas feministas. Recife, Editora UFPE, 2022.
LEITE, Francisco. Para pensar uma publicidade antirracista: entre a produção e os consumos. In: LEITE, Francisco; BATISTA, Leandro Leonardo (org.). Publicidade antirracista: reflexões, caminhos e desafios, p. 17-66, 2019.
LEITE, Francisco. PODE A PUBLICIDADE SER ANTIRRACISTA?. Contemporanea| Revista de Comunicação e Cultura, v. 19, n. 3, p. 13-42, 2021.
MACHADO, Monica. Modos de ver a publicidade: olhares nas diferentes tradições teóricas da comunicação. Lumina, v. 4, n. 1, 2010.
MACHADO, Monica; BURROWES, Patrícia Cecília; RETT, Lucimara. Para ler a publicidade expandida: em favor da literacia midiática para análise dos discursos das marca. Encontro Anual da Associação Nacional de Programas de Pós-Graduação em Comunicação, 2017, São Paulo. Anais, São Paulo: Casper Líbero, 2017.
MATTELART, A. La internacional publicitaria. Madrid: Fundesco, 1989.
MATTELART, A. La publicidad. Barcelona, Paidos, 1991.
MAZETTI, Henrique. As marcas da felicidade: transformações do bem viver na publicidade brasileira (1960-2010). 2014. 247p. Tese (Doutorado em Comunicação e Cultura) – Escola de Comunicação, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2014
MONTEIRO, Maria Clara Sidou. Apropriação por crianças da publicidade em canais de youtubers brasileiros: a promoção do consumo no Youtube através da publicidade de experiência. Tese (Doutorado em Comunicação). Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2018.
MOZDZENSKI, Leo. Outvertising: a publicidade fora do armário. Editora Appris, 2021.
OLIVEIRA-CRUZ, Milena Freire (org.). Publicidade e Gênero: representações e práticas em questão. Santa Maria: FACOS Editora, 2019.
OROZCO GÓMEZ, Guillermo. La condición comunicacional contemporánea. Desafíos
latinoamericanos de la investigación de las nteracciones en la sociedad red. In: JACKS,
Nilda; MARROQUIN, Amparo; VILLARROEL, Mônica; FERRANTE, Natalia. Análisis de
recepción en América Latina: un recuento histórico con perspectivas al futuro. Quito:
Quipus/CIESPAL, 2011.
PAVARINO, Rosana. Panorama histórico-conceitual da Publicidade. Tese (Doutorado em Comunicação). Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Universidade de Brasília, Brasília, 2013.
PEREZ, Clotilde. Ecossistema publicitário: o crescimento sígnico da Publicidade. In: Anais do XXXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, São Paulo. 2016.
PEREZ, Clotilde; BARBOSA, Ivan Santo. Hiperpublicidade: fundamentos e interfaces. São Paulo: Thomson Learning, v. 1, 2007a.
PEREZ, Clotilde; BARBOSA, Ivan. Hiperpublicidade v. 2: atividades e tendências. São Paulo: Thomson Learing, 2007b.
PEREZ, Clotilde; SATO, Silvio. A publicidade como signo transbordante. Ecologia publicitária na pesquisa e na prática. Conjecturas, v. 21, n. 6, p. 616-630, 2021.
PETERMANN, Juliana. Do sobrevôo ao reconhecimento atento: a institucionalização da criação publicitária, pela perspectiva do habitus e dos capitais social, cultural e econômico. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação). Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2011.
PIEDRAS, Elisa Reinhardt. Fluxo publicitário: anúncios, produtores e receptores. Porto Alegre: Sulina, 2009.
PIEDRAS, Elisa Reinhardt; INVERNIZZI, Monique Machado; WOTTRICH, Laura. Acionamentos teóricos sobre publicidade e propaganda nas teses e dissertações brasileiras: indícios férteis em um campo marginal. Revista Fronteiras: estudos midiáticos, São Leopoldo, v. 23, n. 3 (set./dez. 2021), p. 65-76, 2021.
PIÑUEL, J.L. Producción, Publicidad, Consumo (Vol.1). Madrid: Editorial Fundamentos, 1983.
PIRATININGA, Luiz Celso de. Publicidade: arte ou artifício. São Paulo: TA Queiroz, 1994.
POELL, Thomas; NIEBORG, David; VAN DIJCK, José. Plataformização. Fronteiras -estudos midiáticos, v. 22, n. 1, p. 2-10, 2020.
POMPEU, Bruno. De onde veio, onde está e para onde vai a Publicidade? São Paulo: Estação das Letras e Cores Editora, 2021.
PRIMO, Alê; MATOS, Ludimila; MONTEIRO, Maria Clara. Dimensões para o estudo dos influenciadores digitais. Salvador: EDUFBA, 2021.
ROCHA, Everardo P. Guimarães. Magia e capitalismo: um estudo antropológico da publicidade. São Paulo: Brasiliense, 1995.
ROCHA, Maria Eduarda da Mota. A nova retórica do capital: a publicidade brasileira em tempos neoliberais. São Paulo: Edusp, 2010.
SALDANHA, Patricia. Publicidade Social: uma posição brasileira inicial sobre as possibilidades contra-hegemônicas da comunicação publicitária a partir da apropriação das tecnologias móveis. Correspondencias & análisis, n. 8, p. 147-163, 2018.
SCHUCH, Lucas. ; PETERMANN, Juliana . A Publicidade: um campo em transformação. Revista Media & Jornalismo, v. 18, p. 95-113, 2019.
SILVEIRA, Stefanie; MORISSO, João Gabriel. O uso de algoritmos na mídia programática. Parágrafo, v. 6, n. 1, p. 71-82, 2018.
TRINDADE, Eneus et al. Lógicas publicitárias e mediações algorítmicas: algumas perspectivas. 2022, Anais... João Pessoa: Escola de Comunicações e Artes, Universidade de São Paulo, 2022. Disponível em: https://www.eca.usp.br/acervo/producao-academica/003106810.pdf. Acesso em: 20 jan. 2023.
TRINDADE, Eneus. Entre Mediações e Midiatizações do consumo: uma perespectiva latino-americana. In: TRINDADE, Eneus; FERNANDES, Mário Luiz; LACERDA, Juciano (org.). Entre Comunicação e Mediações: visões teóricas e empíricas. ECA/USP e EDUEPB. São Paulo/Campina Grande, 2019.
WILLIAMS, Raymond. Advertising: the magic system. In: DURING, Simon (org.). The Culture Studies Reader. London: Routledge, 1995, p.320-336.
WILLIG, Ida. From audiences to data points: The role of media agencies in the platformization of the news media industry. Media, Culture & Society, v. 44, n. 1, p. 56-71, 2022.
WOTTRICH, Laura. “Não podemos deixar passar”: práticas de contestação da publicidade no início do século XXI. 2017. Tese (Doutorado em Comunicação e Informação) - Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2017.
WOTTRICH, Laura. Publicidade em xeque: práticas de contestação dos anúncios. Porto Alegre: Ed. Sulina, 2019.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Laura Wottrich

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NoDerivatives 4.0 International License.
A submissão de originais para este periódico implica na transferência, pelos autores, dos direitos de publicação impressa e digital. Os direitos autorais para os artigos publicados são do autor, com direitos do periódico sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão utilizar os mesmos resultados em outras publicações indicando claramente este periódico como o meio da publicação original. Em virtude de sermos um periódico de acesso aberto, permite-se o uso gratuito dos artigos em aplicações educacionais, científicas, não comerciais, desde que citada a fonte.
Autoria
Entende-se como autor todo aquele que tenha efetivamente participado da concepção do estudo, do desenvolvimento da parte experimental, da análise e interpretação dos dados e da redação final. Ao submeter um artigo para publicação na Revista E-Compós, o autor concorda com os seguintes termos: 1. O autor mantém os direitos sobre o artigo, mas a sua publicação na revista implica, automaticamente, a cessão integral e exclusiva dos direitos autorais para a primeira edição, sem pagamento. 2. As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões da revista. 3. Após a primeira publicação, o autor tem autorização para assumir contratos adicionais, independentes da revista, para a divulgação do trabalho por outros meios (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que feita a citação completa da mesma autoria e da publicação original. 4. O autor de um artigo já publicado tem permissão e é estimulado a distribuir o seu trabalho on-line, sempre com as devidas citações da primeira edição.
Conflitos de interesse e ética de pesquisa
Caso a pesquisa desenvolvida ou a publicação do artigo possam gerar dúvidas quanto a potenciais conflitos de interesse, o autor deve declarar, em nota final, que não foram omitidas quaisquer ligações a órgãos de financiamento, bem como a instituições comerciais ou políticas. Do mesmo modo, deve-se mencionar a instituição à qual o autor eventualmente esteja vinculado, ou que tenha colaborado na execução do estudo, evidenciando não haver quaisquer conflitos de interesse com o resultado ora apresentado. É também necessário informar que as entrevistas e experimentações envolvendo seres humanos obedeceram aos procedimentos éticos estabelecidos para a pesquisa científica. Os nomes e endereços informados nesta revista serão usados exclusivamente para os serviços prestados por esta publicação, não sendo disponibilizados para outras finalidades ou a terceiros. Os direitos autorais pertencem exclusivamente aos autores. Os direitos de licenciamento utilizados pelo periódico consistem na licença Creative Commons Attribution 4.0 (CC BY 4.0): são permitidos o acompartilhamento (cópia e distribuição do material em qualqer meio ou formato) e adaptação (remix, transformação e criação de material a partir do conteúdo assim licenciado para quaisquer fins, inclusive comerciais.