A Desinformação narrada pela Checagem

Estudo das Eleições de 2018 e 2022

Autores

  • Raquel Recuero Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil https://orcid.org/0000-0002-7417-9782
  • Camilla Tavares Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Maranhão, Brasil https://orcid.org/0000-0001-5490-6850
  • Taiane Volcan Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil https://orcid.org/0000-0002-3678-2329
  • Martina Pozzebon Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil
  • Manoela Dutra Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.30962/ecomps.3039

Palavras-chave:

Análise de conteúdo, Desinformação, Checagem de Fatos, Eleições

Resumo

O estudo analisa a desinformação checada por agências de fact-checking brasileiras nas eleições de 2018 e 2022, comparando temáticas, tipos de desinformação e fontes legitimadoras. Com base em 811 checagens de três agências, utilizou-se análise de conteúdo e métodos mistos. Os resultados indicam uma transição de conteúdos completamente falsos para enganosos, e de conteúdos sem fontes para os que usam fontes reais, apontando para a complexificação das estratégias desinformativas e adaptação ao sistema de desinformação.

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Biografia do Autor

Raquel Recuero, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM-UFRGS). Professora dos cursos de Jornalismo e Letras da Universidade Federal de Pelotas, do Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) e Programa de Pós-Graduação em Comunicação da UFRGS. Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Coordenadora do Laboratório de Pesquisa Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais (MIDIARS).

Camilla Tavares, Universidade Federal do Maranhão, São Luís, Maranhão, Brasil

Doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal Fluminense (PPGCOM-UFF). Professora adjunta do curso de Jornalismo e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Taiane Volcan, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, Rio Grande do Sul, Brasil

Pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Federal de Pelotas (PPGL/UFPel), doutora pela mesma instituição. Pesquisadora do Laboratório de Pesquisa em Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais (MIDIARS).

Martina Pozzebon, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM UFRGS). Graduada em Comunicação Social com habilitação em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Manoela Dutra, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, Brasil

Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCOM-UFRGS). Graduada em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Integra o Laboratório de Pesquisa Mídia, Discurso e Análise de Redes Sociais (MIDIARS).

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Publicado

04-04-2025

Como Citar

Recuero, R., Tavares, C., Volcan, T., Pozzebon, M., & Dutra, M. (2025). A Desinformação narrada pela Checagem: Estudo das Eleições de 2018 e 2022. E-Compós. https://doi.org/10.30962/ecomps.3039

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